Mo Ippon

Ontem, dia 04 de Abril, estava na Praça da Liberdade, onde aconteceu o 43º HANA MATSURI - Festa das Flores, que comemora o nascimento do Buda Xaquiamuni. Uma grande Festa, promovida pelo Templo Soto Zenshu e com a ajuda da ACAL, onde faço parte como Diretor de Eventos Culturais. Todos os presentes receberam flores, puderam tomar chá, participar da cerimônia de banhar a estátua do Buda e acompanhar o cortejo do elefante branco pelas ruas do bairro da Liberdade. Hoje, dia 05 estive em Ibiuna, onde a Seicho-No-Ie promoveu também um grande encontro no Templo Hoozo, a 53º Festividade para agradecer nossos antepassados que reuniu cerca de vinte e cinco mil pessoas. E o que estes eventos tem em comum com o Budo, é exatamente o propósito de elevação espiritual e sentimento de igualdade que todos nós procuramos. E isto me fez lembrar de quando eu treinava com meu Sensei no Japão e que ele me contava da importância do treinamento "Mo Ippon". Quando buscamos elevar o espírito, esbarramos em algo chamado corpo. As nossas limitações físicas nos impedem de buscar conceitos mais profundos e descobrir os limites do espírito. Por isso treinamos nossos corpos à exaustão, para que, ao chegarmos no limite do físico, aquele "Mo Ippon" (mais um) será o verdadeiro, o de espírito. Mas meu Sensei dizia algo mais profundo que consigo entender agora. Ele dizia que ao atingirmos um limite físico e contarmos, aquele mais um serviria também como uma forma de ego, pois se conseguíssemos fazer por exemplo, duzentas repetições mais um e seu companheiro conseguísse apenas cento e cinquenta mais um, isto proporcionaria uma diferença e poderia causar uma elevação do ego e que no caso, seria prejudicial à nossa busca. Por isso meu Sensei dizia que a única coisa que importava neste caso era a contagem do "Mo Ippon" (mais um) independente de quantas repetições tinha feito antes, assim todos no final seriam iguais, todos alcançando o Mo Ippon.....
Palavras sábias Sensei Konomoto Takashi !!!!!!

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